Da Redação | Raio X Amazônia
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MANAUS (Amazônia) – A floresta amazônica volta a ser palco de ações de combate à devastação. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a operação Xapiri Pirahã, reforçando a fiscalização em áreas de intensa pressão ambiental na região da BR-230 (Transamazônica), entre os municípios de Humaitá e Maués. O foco foi a Terra Indígena Pirahã, território de alta relevância socioambiental que sofre constantes ameaças de invasões e exploração ilegal de madeira.
Durante a ação, os fiscais encontraram estruturas usadas por madeireiros ilegais e aplicaram a medida prevista em lei de inutilização dos equipamentos. Foram destruídos:
um caminhão toreiro, usado para transporte de toras;
uma caminhonete e uma motocicleta, que serviam de apoio logístico;
um acampamento utilizado como base para as atividades ilegais;
cerca de 600 litros de óleo diesel, combustível destinado ao funcionamento do maquinário.
De acordo com o Ibama, o objetivo da estratégia é quebrar a logística criminosa e dificultar a continuidade das atividades predatórias.
O superintendente do órgão no Amazonas, Joel Araújo, reforçou o caráter de enfrentamento às redes que se beneficiam da degradação. “Não vamos tolerar a destruição da floresta e a invasão de Terras Indígenas por criminosos ambientais. Cada operação é um recado claro: quem insistir em degradar a Amazônia vai enfrentar a força da lei e sofrer as consequências”, afirmou.
A Terra Indígena Pirahã é considerada um patrimônio cultural e ambiental, abrigando comunidades que vivem em isolamento voluntário e que dependem diretamente da floresta para sua sobrevivência. O avanço de madeireiros, garimpeiros e grileiros sobre esses territórios ameaça não apenas a biodiversidade, mas também os modos de vida tradicionais.
Com a operação, o Ibama sinaliza a continuidade de um ciclo permanente de fiscalização nas áreas mais vulneráveis ao desmatamento no Amazonas. A Xapiri Pirahã faz parte de um conjunto de ações destinadas a conter organizações criminosas que exploram de forma ilegal os recursos naturais da Amazônia, reafirmando o compromisso do órgão com a defesa da floresta, dos povos indígenas e do equilíbrio climático.